É o caso do aluno de 16 anos do Colégio Estadual Felisberto Nunes Gonçalves, Gustavo Antonuci Gomes, de Indianópolis (PR), que destacou a baixa infraestrutura da instituição, impossibilitando a prática de diversas disciplinas. "As mudanças prejudicaram muitos alunos que almejam estudar para o vestibular, como eu. Até então, tivemos a retirada de matérias importantes como Física e Filosofia, que deram lugar para as disciplinas dos itinerários formativos", disse.

 

O problema, segundo Gustavo, é que não houve escolha para ele. Em teoria, os alunos teriam poder de escolha de qual itinerário seguir, mas não é a realidade que os colégios públicos do país enfrentam. "O itinerário de minha escola foi o de Ciências Exatas. Meu sistema educacional não tinha oportunidades de adotar os dois itinerários, então houve uma votação democrática no início do 1º ano para a escolha dele", afirmou.

 

A escolha de Gustavo seria a de Ciências Exatas de qualquer maneira, por conta de seu interesse em prestar vestibular para o curso de medicina. Contudo, conforme relata, não é a realidade de muitos de seus colegas, que desejam seguir carreira na área de Ciências Humanas e Linguagens e, no final, são obrigados a cumprirem disciplinas voltadas às Ciências Exatas.

 

"Além disso, acredito que o novo ensino médio prejudicou muitos que desejam entrar em uma universidade e que precisam trabalhar no período contraturno. A partir de agora, os alunos não conseguem devido a necessidade de ficar aulas a mais", concluiu Gustavo.